Dia da Língua portuguesa – 6 de Maio

No próximo dia 6 de maio, segunda-feira, a partir das 14h30, a Embaixada de Portugal em Berlim, em parceria com a Coordenação do Ensino Português na Alemanha, comemorará o Dia Internacional da Língua Portuguesa, sob o tema:
Impérios (d)e Sentidos na Língua Portuguesa:
mitos, heranças e futuros.
O evento contará com a abertura de honra do Embaixador de Portugal em Berlim, Dr. Luís de Almeida Sampaio, pelas 14h30, e será seguido de duas intervenções plenárias:

15h
Ruth Tobias
[Freie Universität/ Berlin]
Sebastianismo – uma herança mítica de Portugal

16h
Maria Helena de Araújo e Sá
[Universidade de Aveiro]
Beaucoup de Che: sons, toques e cheiros da LP na comunicação romanófona em chat.

O evento terminará com a apresentação da obra “A comunicação eletrónica na aula de Português Língua Estrangeira”, organizada por Sílvia Melo Pfeifer e Maria Helena de Araújo e Sá e editada pela LIDEL, em 2013.
Relembre-se que, oficialmente assinalado a 5 de maio, esta data foi instituída pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Esta sessão terá lugar na Sala da Biblioteca da Embaixada de Portugal, 1º andar, Zimmerstrasse 56, 10117 Berlim.

“Da minha língua materna eu aspiro esse momento em que ela se desidioma (…). O que quero é esse desmaio gramatical, em que o português perde todos os sentidos.” [Mia Couto, escritor moçambicano]

Encontros em Português e Portugiesisch Sprechstunde no Selbslernzentrum

Os Encontros em Português destinam-se a alunos que queiram praticar a conversação de uma forma informal. Estes encontros realizam-se na sala KL 26/224, no SLZ. Os horários para os níveis existentes (elementar e avançado) podem ser consultados no cartaz:

 

 

 

Portugiesisch-Sprechstunde: Destina-se ao esclarecimento de dúvidas sobre o português escrito e falado, por exemplo a correcção de textos ou CVs. Também é feito o aconselhamento a estudantes que estejam a pensar ir para países lusófonos.

Realiza-se todas as quartas-feiras, pelas 16h, na sala 26/224 do SLZ.

 

 

Ambas as actividades se realizam durante todo o semestre de Verão 2013.

Para qualquer esclarecimento contactar: catarinap@zedat.fu-berlin.de

De Belo Horizonte a Berlim! (Entrevista III)

Entrevista com Henrique, 30 anos, nascido em Belo Horizonte/Brasil, a viver desde há 4 anos na Alemanha.

 

Mariana (M): Qual era a tua opinião sobre os alemães antes de vires para a Alemanha?

Henrique (H): Para mim a Alemanha esteve sempre situada muito longe. Nunca tive uma opinião sobre o povo alemão. Como estudei filosofia e literatura sempre estive interessado em Nietsche, Goethe e Hegel. Foi por isso que quis visitar a Alemanha. A opinião que eu tinha dela teve sempre a ver com os livros que eu li.

 

M: E qual foi a tua primeira impressão quando chegaste?

H: Eu cheguei em 2009 e antes vivi na Inglaterra. Vim para a Alemanha participar num curso de alemão para aprender a língua. As minhas experiências em Inglaterra foram muito duras. Cheguei a Berlim no verão. Esta é uma boa altura para chegar porque as pessoas normalmente sentem-se alegres e gostam de sair para os parques, para a rua e gostam muito de conversar. A minha primeira impressão foi muito positiva. Eu morava em Steglitz e todos os dias ia a uma loja pequena para comprar alimentos. No início só falava inglês e algumas palavras de alemão. O vendedor foi sempre muito simpático e falou comigo sempre em alemão, muito devagar para eu o perceber e tentar aprender a falar melhor. Não foi só esse senhor o único que me ajudou, todas as pessoas que encontrei estavam interessadas em ajudar-me a aprender a língua.

 

M: Os teus preconceitos foram confirmados ou mudaste as tuas ideias?

H: Eu não tinha preconceitos acerca dos alemães, mas devido à experiência negativa em Inglaterra, perguntei-me muitas vezes como é que seriam os alemães. Os ingleses para mim eram muito frios e também eram muito distanciados. Pensei no povo alemão e esperei não encontrar uma mentalidade parecida com a inglesa. Os meus pensamentos não foram confirmados. Eu fiquei supreendido com a gentileza dos alemães. Conheci rapidamente alguns com os quais eu ainda convivo e que ficaram meus amigos, um deles convidou-me para o seu casamento neste verão.

 

M: Na tua opinião qual é o aspeto cultural mais difícil para uma pessoa se adaptar?

H: Para mim o aspeto cultural mais difícil é a formalidade dos alemães. Eu noto uma hierarquia na sociedade. Há modos diferentes de convívio que dependem das pessoas com quem se está. Por exemplo, na universidade para mim é difícil avaliar como me hei-de comportar. Não sei bem o que é hábito entre os alemães e fico, às vezes, confuso. Não só na universidade, mas também no dia a dia é-me difícil por vezes saber como hei-de cumprimentar as pessoas. No Brasil é normal cumprimentar-se com um beijo. Aqui na Alemanha, normalmente, cumprimenta-se dando a mão. A diferença entre proximidade e distância é para mim por vezes difícil de descobrir.

 

M: Tiveste alguma situação divertida por causa das diferenças culturais?

H: Eu antes de vir para a Alemanha estive um tempo em Portugal e também na Inglaterra. Em Portugal senti algo como racismo contra os brasileiros. Tive alguns problemas por causa dessa experiência. Quando quis solicitar o meu visto não foi fácil. Durou muito tempo… tive de preencher muitos papéis. Como os alemães são conhecidos em todo o mundo como pessoas muito correctas e certinhas, preocupava-me já em pensar que tinha de pedir o visto na Alemanha. Contra as minhas suposições tudo foi muito fácil e muito rápido. Mal entreguei os meus papéis, o visto para quatro anos foi-me concedido sem problemas e imediatamente.

 

Entrevista realizada por Mariana Lopes (Portugiesisch Basismodul II)

Festival Berlinda 2012

Já se encontra disponível o programa do Festival Berlinda a realizar-se este outono (de 17 de Outubro a 17 de Novembro) em Berlim!

Este festival, organizado pelo magazine Berlinda, promete UM MÊS inteiro de cultura dos países de língua portuguesa, englobando áreas como a MÚSICA, CINEMA, LITERATURA e ARTES PLÁSTICAS.

Um evento a não perder!

 

 

Para mais informações sobre o evento/programa consultem o site do festival aqui: FESTIVAL BERLINDA 2012

Aproveitem também para visitar o site do magazine cultural Berlinda (Berlinda.org), onde podem encontrar notícias e material de interesse para todos os amantes e estudantes da língua portuguesa!

Dia da Língua Portuguesa @ FU Berlin

No próximo dia 27 de Junho (quarta-feira) será comemorado o Dia da Língua Portuguesa na Freie Universität Berlin, sendo possível assistir a um conjunto de palestras sobre o tema.

 

PROGRAMA

 

10:00 – Abertura e inauguração solene da exposição „Fernão Mendes Pinto“ por Sua Excelência o Senhor Embaixador de Portugal, Luís de Almeida Sampaio, e apresentação de cumprimentos pelo Vice Presidente para os Assuntos Internacionais da FU Berlim, Prof. Dr. Werner Väth.
Foyer Auditório 1a

 

11:00 – Palestra: „Fernão Mendes Pinto no contexto da literatura de viagens“ pela Drª Sílvia Pfeifer, Coordenadora do Ensino do Português na Alemanha.
Sala L 113

 

14:00 – Leitura (alemão/português) por Sarita Brandt, tradutora literária e intérprete de conferência, da obra „Era outra vez um gato xadrez“ da escritora brasileira Leticia Wierzschowski + Debate sobre os problemas da tradução.
Sala K 24/11

 FU Berlin – Habelschwerdter Allee 45 – 14195 Berlin
Org.: Ministério dos Negócios Estrangeiros/Instituto Camões

„Berlim é uma cidade multicultural“ (Entrevista II)

Entrevista a um jovem estudante (24 anos) de Coimbra. Viveu três meses na Alemanha.

 

– O que é que pensavas sobre os alemães antes de vires para a Alemanha?
Eu acho o que todas as pessoas pensam. Um país muito organizado e cuidadoso com as regras. Os alemães são definidos como rígidos e como não conseguindo muitas vezes entender o humor dos outros.

 

– Qual foi a tua primeira impressão quando chegaste?
A minha impressão quando cheguei foi muito positiva e que, de facto, tudo funciona como realmente deve ser. Por exemplo, o metro ou os autocarros são sempre pontuais. Tinha também uma boa impressão dos alemães porque sempre foram muito gentis comigo, mas muitas pessoas diziam-me que as pessoas em Berlim são diferentes em comparação com as de outras cidades na Alemanha.

 

– Os teus preconceitos foram confirmados ou mudaste as tuas ideias?
Foram mais ou menos confirmados, em particular o preconceito que tinha sobre a organização dos alemães. Aquele que eu não esperava foi a abertura cultural dos alemães. Achava que eram mais fechados e que fosse difícil socializar com eles.

– Na tua opinião qual é o aspecto cultural mais difícil para uma pessoa se adaptar?

Não sei responder muito bem a essa pergunta. Eu fiquei só três meses em Berlim. Não encontrei muita dificuldade de adaptação, acho, porque Berlim é uma cidade multicultural.

 

– Tiveste alguma situação divertida por causa das diferenças culturais?
Sim, uma vez. Foi quando tinha de me encontrar com uma amiga minha alemã para tomar um café. Ela tentava encontrar um dia para tomar um café comigo e mostrou-me o seu caderno onde estavam escritos todos os seus compromissos da semana. Para mim foi um pouco estranho. Em Portugal normalmente não se faz assim.

 

Entrevista realizada por Rosario Tomasello